Como essa história vai acabar? How will this story end?
Posted on 11. Dec, 2009 by Juliana Russar in Brazil
A CoP-15 tem se mostrado singular em vários sentidos, seja pelos números em torno dela (só para citar um: cerca de 33 mil solicitações de credenciamento), pela atenção que tem recebido dos meios de comunicação (o mundo inteiro está de olho em Copenhague), pela mobilização que tem causado (dia 12 de dezembro ocorrerá mais uma manifestação em vários lugares do mundo simultaneamente). Um outro ponto que destacaria é que a CoP-15 está muito dinâmica. As CoPs (conferência das partes) costumam durar 2 semanas e, geralmente, a primeira semana de negociações é parada e tranquila.
Depois do pouco avanço em Bangkok (setembro/outubro) e do marasmo de Barcelona (novembro), as pessoas estão tentando se acostumar com a velocidade dos acontecimentos aqui. Todos estão correndo contra o tempo. Os negociadores têm até terça-feira para produzir textos que chefes de Estado e ministros possam trabalhar.
Um dos maiores responsáveis pelas emoções da CoP-15 tem sido Tuvalu. Na manhã de quarta-feira, esse pequeno Estado-ilha do Pacífico, que corre o risco de desaparecer, conseguiu paralisar as negociações da Conferência das Partes. Isso aconteceu porque Tuvalu defende a criação de um novo protocolo no âmbito da Convenção de Clima, que complemente o Protocolo de Quioto. Esse novo protocolo teria como parâmetros a limitação do aumento da tempetatura média do planeta bem abaixo de 1,5 graus Celsius e a estabilização das emissões e 350 partes por milhão. Ou seja, Tuvalu defende que o resultado da reunião de Copenhague seja um acordo com força de lei e não um acordo “politicamente vinculante” (expressão em voga no último mês que significa absolutamente nada). Não há consenso sobre a criação de um novo protocolo. Dessa forma, a CoP foi suspensa para consultas informais e assim permanece até o momento. Durante a tarde, pessoas se juntaram do lado de fora da plenária principal (Tycho Brahe) para manifestar seu apoio a Tuvalu, que também recebeu um novo prêmio criado para países que brilham nas negociações. Veja fotos aqui.
Hoje, durante a reunião do Protocolo de Quioto (KP), Tuvalu botou o dedo na ferida de novo e falou que queria iniciar um grupo para discutir emendas ao Protocolo de Quioto. Também não houve consenso sobre isso, então a reunião do KP também foi suspensa. O Brasil que, na terça-feira não se pronunciou nem a favor, nem contra Tuvalu, hoje posicionou-se a favor do país, pois acha que esse país tem o direito de discutir emendas ao Protocolo, mas que não necessariamente apoia sua proposta de emenda.
Ansiosa pelos próximos capítulos! E por um final feliz!
Juliana
P.S.: Veja Barry Coates, da Oxfam Nova Zelândia falando sobre Tuvalu (em inglês)
ju
espero que a foto dos estadistas seja vista no futuro, como boa recordação e não como uma imagem a ser ignorada
beijomeliga
ceruru